Curativo biodegradável: alternativa sustentável feita com mandioca e barbatimão
Estudantes de Alagoas criam membrana biodegradável que pode substituir curativos convencionais, oferecendo uma solução ecológica e acessível para o setor de saúde.
Já imaginou um “band-aid” biodegradável, que ainda tem propriedades cicatrizantes? Foi exatamente isso que dois estudantes da Escola Estadual Professor Rosalvo Lôbo, em Maceió (AL), desenvolveram. Feliphe David de Oliveira e Hadassa Soares Gomes da Silva criaram um biocurativo sustentável a partir da casca da mandioca e do extrato do barbatimão, oferecendo uma alternativa ecológica para o meio hospitalar e doméstico.
A membrana se adere ao ferimento e absorve a umidade, ajudando na cicatrização. O barbatimão foi escolhido devido às suas propriedades cicatrizantes e baixa toxicidade para aplicação na pele. Em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), os estudantes realizaram testes laboratoriais que comprovaram a capacidade da membrana de absorver líquidos e favorecer a recuperação dos tecidos.
O desenvolvimento do projeto foi baseado em estudos científicos sobre biopolímeros e fitoterápicos. Pesquisas anteriores já demonstraram que membranas biodegradáveis derivadas de amidos vegetais podem substituir plásticos convencionais em diversas aplicações. Além disso, o barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é amplamente estudado na literatura acadêmica por suas propriedades antimicrobianas e cicatrizantes, sendo um fitoterápico tradicionalmente utilizado na medicina popular. Ao unir esses conceitos com metodologia experimental e testes de laboratório, os estudantes conseguiram criar uma solução inovadora e alinhada ao conhecimento científico atual.
O projeto contribui para a redução do impacto ambiental, reutilizando resíduos agrícolas abundantes e evitando o descarte de plásticos. Inspirados no conceito de bioplásticos, os estudantes buscaram uma solução acessível e sustentável para o setor de curativos.
A pesquisa foi selecionada como finalista da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), um dos principais eventos científicos estudantis do país. Entre os dias 25 e 28 de março, a Universidade de São Paulo (USP) sediará a 23ª edição da FEBRACE, reunindo 300 projetos finalistas desenvolvidos por 671 estudantes do ensino básico e técnico. Os trabalhos concorrem a premiações que incluem bolsas de estudo, troféus e a oportunidade de representar o Brasil na Regeneron ISEF 2025, maior feira internacional do gênero, nos Estados Unidos.
O avanço do projeto também abre possibilidades para o setor farmacêutico e de produtos para cuidados pessoais. Os estudantes avaliam a possibilidade de patentear a tecnologia e ampliar seus testes, visando futuras aplicações comerciais.
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Sobre a FEBRACE:
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) é promovida pela Escola Politécnica da USP e realizada anualmente pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC). Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo entre estudantes do ensino básico e técnico, promovendo soluções inovadoras para desafios contemporâneos. O evento conta com o apoio de diversas instituições acadêmicas, governamentais e da iniciativa privada. Esta edição tem o patrocínio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Petrobras, Sebrae e apoio institucional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Governo Federal, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Conselho Regional de Técnicos do Estado de São Paulo – CRT-SP.
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