Caneta inovadora detecta drogas em bebidas e combate golpe ‘Boa Noite, Cinderela’
Estudantes do Ceará criam tecnologia acessível para identificar substâncias dopantes em bebidas adulteradas, aumentando a segurança em ambientes sociais.
Um simples risco no papel pode salvar vidas. Pensando na segurança das mulheres e na prevenção do golpe “Boa Noite, Cinderela”, cinco estudantes da Escola Estadual de Educação Profissional (E.E.E.P.) José Maria Falcão, de Pacajus (CE), desenvolveram a Drug Test Pen, uma caneta inovadora capaz de identificar benzodiazepínicos em bebidas adulteradas. O dispositivo, baseado em reações químicas específicas, é uma alternativa acessível aos testes laboratoriais e soluções disponíveis no exterior, que chegam a custar R$ 300, enquanto a caneta desenvolvida pelas alunas pode ser produzida por apenas R$ 10.
O mecanismo de detecção foi desenvolvido por meio de uma série de testes laboratoriais, nos quais diversos reagentes foram analisados até se chegar a uma formulação eficaz e segura. A tecnologia empregada se baseia em reações colorimétricas, um método amplamente reconhecido na química analítica por sua precisão e praticidade. Para utilizar a caneta, basta traçar uma linha em um papel filtro ou guardanapo e pingar algumas gotas da bebida suspeita. Se aparecerem pontos pretos, há substâncias dopantes na mistura. O teste fornece um resultado rápido, em cerca de 10 segundos, e a caneta pode ser usada diversas vezes sem necessidade de reposição imediata.
O projeto foi criado por Ana Clara Torres do Vale, Ana Letícia Sousa de Oliveira, Bianca Emanuelle da Silva Lino, Maria de Fátima Rodrigues Xavier Soares e Mariana Severiano Menezes, com o objetivo de oferecer uma solução prática e acessível para um problema recorrente. A inspiração veio do aumento de casos de violência contra mulheres associados a drogas adulteradas em festas e bares. “Nossa intenção é que essa caneta possa ser usada facilmente em qualquer ambiente, ajudando a prevenir crimes e aumentar a sensação de segurança”, afirmam as estudantes.
A inovação da Drug Test Pen rendeu às alunas um lugar entre os finalistas da 23ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), um dos maiores eventos científicos para jovens no Brasil. Entre os dias 25 e 28 de março, na Universidade de São Paulo (USP), a feira reunirá 300 projetos finalistas de 671 estudantes do ensino básico e técnico. Os participantes concorrem a prêmios como bolsas de estudo, troféus e a oportunidade de representar o Brasil na Regeneron ISEF 2025, maior feira internacional do gênero, nos Estados Unidos.
Além do reconhecimento acadêmico, o projeto tem grande potencial para ser levado ao mercado. Com uma solução eficaz e de baixo custo, a Drug Test Pen pode se tornar um produto amplamente utilizado para aumentar a segurança de mulheres em ambientes sociais. “Seria incrível se alguma empresa enxergasse essa oportunidade e ajudasse a tornar a caneta acessível para todos”, ressaltam as alunas.
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Sobre a FEBRACE:
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) é promovida pela Escola Politécnica da USP e realizada anualmente pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC). Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo entre estudantes do ensino básico e técnico, promovendo soluções inovadoras para desafios contemporâneos. O evento conta com o apoio de diversas instituições acadêmicas, governamentais e da iniciativa privada. Esta edição tem o patrocínio da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Petrobras, Sebrae e apoio institucional do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Governo Federal, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Conselho Regional de Técnicos do Estado de São Paulo – CRT-SP.
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