Projeto de estudante de Valinhos ganha três prêmios na Regeneron ISEF
Trata-se da maior feira internacional de ciências, que terminou hoje em Atlanta (EUA) e contou com a participação de 1.500 estudantes de 70 países e territórios.
Por desenvolver um software capaz de transformar vídeoaulas em PDFs compactos, adequados a pacotes limitados de internet, a estudante de Valinhos (SP) Ligia Keiko Carvalho, do Colégio Técnico de Campinas, ganhou três prêmios na Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF) – a maior feira internacional de ciências e engenharia que terminou hoje (13/5) na cidade de Atlanta (EUA). O evento reuniu mais de 1.500 estudantes de cerca de 70 países e territórios, que competiram por cerca de US$ 8 milhões de prêmios, entre bolsas de estudo, estágios e viagens de campo.
A delegação brasileira foi composta 26 estudantes, que apresentaram 18 projetos na mostra internacional. Eles foram selecionados para Regeneron ISEF em duas mostras nacionais: a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), de São Paulo, patrocinada pela Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, e a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (MOSTRATEC), de Novo Hamburgo (RS).
Além de US$ 5 mil concedidos pela Oracle Academy, com o prêmio “Outstanding project in Systems Software”, a estudante de Valinhos ganhou uma bolsa da Fondazione Bruno Kessler (FBK) para participar de um programa de imersão de verão da instituição na Itália, e recebeu menção honrosa da Association for the Advancement of Artificial Intelligence. Veja os vídeos da premiação dela: Oracle Academy e FBK.
Ligia Keiko Carvalho (primeira à esq.) com os demais brasileiros premiados na ISEF.
Sua pesquisa teve o objetivo de ajudar alunos com dificuldade de acesso à internet, problema explicitado durante a pandemia com a realização das aulas on-line. Para isso, ela, com a ajuda de seus orientadores, os professores Rafael Eiki Matheus Imamura e Patrícia Gagliardo de Campos, desenvolveu um software capaz de transcrever, sumarizar e captar imagens para transformar as videoaulas em PDFs compactos, que possam ser baixados com pacotes de internet básicos.
“A dificuldade estava em desenvolver um programa que pudesse analisar as partes mais importantes de cada aula e entregar um resumo baseado nesses pontos”, conta ela. A solução encontrada foi pesquisar métodos pedagógicos e adequar a seu contexto algoritmos especializados em transcrição e sumarização em linguagem python. Para validar os arquivos gerados, foi feita uma metrificação da semelhança entre resumo e videoaula, além da avaliação por docentes.
Para o professor Imamura, a importância do projeto foi o desenvolvimento de algoritmos de transcrição, de processamento de imagens e de sumarização que pode ser utilizado em outras aplicações. “Todos esses conhecimentos podem impactar, em especial, no desenvolvimento de soluções para o EAD, ferramentas para o ensino híbrido que muitas escolas estão começando a adotar, além do impacto direto que o sistema pode dar ao ser combinado com outros mecanismos para melhoria da igualdade de acesso educacional”, afirma ele.
Mesmo com o fim das restrições geradas pela pandemia da Covid-19, Ligia entende que algumas ferramentas digitais continuarão sendo usadas. “A minha pesquisa também pode ser utilizada para facilitar o cotidiano das pessoas, seja para um usuário que só quer ver um vídeo de forma mais rápida, ou ser trabalhada no âmbito de educação.”
“Muitos não acreditavam que era viável uma única aluna sem conhecimentos teóricos prévios conseguir executar um projeto assim”, destaca o orientador, contente com o trabalho realizado. Mais do que premiações, a satisfação é ver a jovem pesquisadora madura e responsável. Me sinto muito orgulhoso dela por ter alguém assim representando o Brasil no mundo, ainda mais numa área como a computação, que possui uma sub-representatividade de meninas”, afirma o professor.
Sobre a FEBRACE: Promovida anualmente pela Escola Politécnica da USP e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), a FEBRACE é a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia em abrangência e visibilidade. Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas. Na feira, são selecionados todos os anos nove projetos para participar da ISEF.
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