Inovação e pegada sustentável são destaques nos projetos finalistas da FEBRACE
Maior mostra pré-universitária de ciências e engenharia do País será realizada entre os dias 21 e 24 de março, no Inova USP, em São Paulo, com 225 projetos em exposição.
Começa nesta terça-feira (21/3), no Inova USP, em São Paulo (SP), a 21ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) – a maior mostra pré-universitária de projetos de ciências e engenharia do País. Estarão em exposição 225 projetos finalistas, desenvolvidos por 516 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico, representando todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. Confira abaixo alguns projetos de destaque:
Detector de Parkinson – O diagnóstico precoce é determinante para tratar a Doença de Parkinson e retardar sua evolução. Isso é feito por exame clínico e, quando possível, com ajuda da ressonância magnética. “Ocorre que no SUS nem sempre a ressonância magnética está disponível ou é feita com rapidez. Por isso, desenvolvemos um exame alternativo, barato e rápido”, explica a estudante Melise Gonzaga Rocha, egressa do CEFET de Belo Horizonte (MG). Ela e um colega criaram um sistema de IA para identificar portadores da doença com base no desenho de uma espiral. “Tremor, perda da força e micrografia são algumas das características do traçado de uma pessoa com Parkinson. São diferenças sutis no desenho, mas que o sistema consegue acertar em 85% dos casos”, afirma. É caro? “Não, basta ter um microcomputador e uma pequena câmera para o sistema ler o desenho. Em 10 segundos o resultado fica pronto”.
App contra violência à mulher – Facilitar a denúncia e evitar a reincidência da violência contra a mulher. Essa é a proposta do Click Help, um dispositivo em forma de pulseira que possibilita à vítima pedir socorro imediato com um simples toque. Ao apertar o botão, mensagens são enviadas para contatos previamente cadastrados, como a Delegacia da Mulher, por exemplo. “Isso é possível porque o dispositivo se conecta via bluetooth a um aplicativo que desenvolvemos para executar essas funções no celular da vítima”, explica Thayná Quinteiro, aluna do SESI de Hortolândia (SP), que desenvolveu o projeto ao lado dos colegas Alessandro Araújo e Alana Silva.
Sacolas que viram adubo – As estudantes Lulãnia dos Santos, Sofhia Santana e Ellen Guimarães, do Colégio Estadual Dr. Antônio Garcia Filho, de Umbaúba (SE), criaram uma sacola ecológica com dupla função. Utilizando a palha do coqueiro, árvore abundante na região, elas desenvolveram sacolas biodegradáveis que passaram a ser usadas por vários feirantes da cidade. Além de terem boa resistência (suportam até um quilo de peso) e serem baratas (custam em média apenas 10 centavos a mais que as de plástico), as sacolas viram adubo quando se degradam no solo.
Impressora 3D boa pra cachorro – A cada dia que passa fica mais correta a afirmação de que todo tipo de peça pode ser produzido por impressoras 3D — até mesmo próteses para cachorros. E foi isso o que fizeram os estudantes Ruan Miguel, Sophia Saldanha e Kerdley Marques, da Escola Educação Criativa, em Ipatinga (MG). Eles desenvolveram um modelo de prótese para suprir a deficiência de cães com problemas nas patas, pélvis, ossos e articulações. Nos testes, a prótese deu mais equilíbrio a um animal sem uma das patas traseiras. Uma solução barata, que custa cerca de R$ 130,00, e que otimiza a mobilidade dos animais, dispensando em muitos casos os ‘carrinhos de roda’.
Insulina na dose certa – Para controlar o diabetes tipo 1, pacientes como Sarah Sezerino, aluna do Colégio Militar de Curitiba (PR), precisam diariamente somar os gramas de carboidrato ingerido e ajustar a dose de insulina a ser tomada. Só que não é uma tarefa simples. Primeiro é necessário consultar uma tabela nutricional para obter os índices de carboidrato dos alimentos. Depois, aplicar a regra de três para determinar a quantidade de carboidrato existente na porção da comida. E, por fim, medir o quanto isso corresponde em unidades de insulina. Para simplificar esse trabalho, Sarah e sua colega, Júlia Magalhães, desenvolveram um sistema com uma balança que pesa os alimentos e envia, via bluetooth, as informações para um aplicativo de celular. Esse, por sua vez, contabiliza automaticamente os carboidratos e as unidades de insulina necessárias.
Tijolo ultrarresistente – Apesar de ser um material 100% reciclável, a maior parte das embalagens de vidro acaba nos aterros sanitários no Brasil. Uma das saídas para mudar esse quadro é agregar valor à matéria-prima e foi isso o que fizeram as estudantes Victoria Zimmer Gomes e Cínthia Gabriely Zimmer, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, da cidade de Feliz (RS). Em laboratório, elas incorporaram resíduos do vidro a tijolos cerâmicos e, com isso, conseguiram aumentar a resistência dos blocos e a aderência da argamassa, além de reduzir a absorção de água. Agora, as estudantes estão se mobilizando para que a tecnologia seja assimilada pelas olarias do município.
Repositório de fake news – Iniciativas como a “Lupa”, “Aos Fatos” e “Fato ou Fake” não descansam na tarefa de desmentir as notícias falsas que circulam nos aplicativos de mensagens e nas redes sociais. No entanto, ainda não há um serviço que armazene as checagens em uma só base de dados. Ou melhor, não havia. Isso porque João Pedro Sandre e Pietro Quinzani, alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro, de São Paulo, desenvolveram o Desinfopédia, portal com um algoritmo que localiza as checagens feitas pelos veículos de comunicação e as insere, de forma automatizada, em uma planilha. De janeiro de 2022, quando o algoritmo começou a funcionar, até janeiro de 2023, data da última atualização do site, o software já registrou mais de 1.300 checagens de notícias falsas.
Canudo de casca de banana – Bata no liquidificar cascas de banana, glicerina, vinagre e amido de milho. Transfira o líquido para uma panela e cozinhe. Depois, derrame a pasta sobre uma placa de vidro. Deixe descansar por dois dias. Quando estiver seco, faça os canudos, enrolando e cortando a placa. Com essa receita simples, três estudantes da Escola SESI da cidade de Patos (PB) desenvolveram um canudo biodegradável que se diferencia pela durabilidade. “Em testes com refrigerante, suco de abacaxi, acerola e água, os canudos se mantiveram íntegros por até sete horas”, conta a estudante Rebecca dos Santos Oliveira.
Eco tintas – Em busca de tintas mais sustentáveis, três estudantes da ETEC de Suzano (SP) desenvolveram duas soluções alternativas. A primeira foi o desenvolvimento de um biocida natural, à base de melaleuca, que substitui as versões sintéticas usadas nas tintas para evitar a proliferação de fungos e bactérias. A segunda foi a obtenção de um pigmento reciclando a parte metálica de pilhas usadas. O pigmento em questão é o sulfeto de zinco, que tem bom valor de mercado por sua capacidade de brilhar no escuro. “Com isso, pretendemos agregar valor à reciclagem de pilhas – um produto que quando descartado incorretamente contamina água e solo com compostos químicos altamente tóxicos”, afirma a estudante Sthéfany Sant’Ana Nunes. “Nós já conseguimos obter o cloreto de zinco e temos a metodologia pronta para a síntese que resultará no sulfeto”, detalha.
Caixa automatizada de remédios – É comum que pessoas idosas, ou que portam doenças crônicas, tomem tantos medicamentos que até esquecem a hora do remédio e qual deve ser tomado. Para resolver esse problema, os estudantes Pedro Valério, Laiza Silva e Eduarda Schuroff, do Instituto Federal do Paraná, de Paranavaí (PR), criaram uma caixa automatizada com essa finalidade. O sistema permite cadastrar todos os medicamentos, com horários e formas de administração. Na hora de tomar o remédio, a caixa emite um alerta sonoro e acende uma luz de led no compartimento em que ele está localizado. A caixa também possui um oxímetro acoplado para medição da frequência cardíaca. Também é possível gerar alertas aos familiares que querem monitorar a administração dos remédios.
Descarte inclusivo – Em uma pesquisa sobre o descarte correto de medicamentos, alunos da ETEC Bento Quirino, de Campinas (SP), descobriram que mais da metade dos entrevistados não sabia que muitas farmácias e unidades de saúde possuem pontos de coleta para o descarte de medicamentos vencidos. Para popularizar e democratizar o acesso a esses pontos de coleta, os estudantes Matheus Nascimento, Esthefani Ruivo e Anita Siqueira desenvolveram um modelo que leva em conta também a acessibilidade para deficientes visuais. Além de orientações em braile, um sensor de proximidade ativa um áudio que indica o compartimento certo para receber medicamento líquido ou sólido.
Confira todos os projetos finalistas aqui: https://febrace.org.br/premiados-e-finalistas/premiados-e-finalistas-2023/
SERVIÇO:
Dia 21 de março, das 8h30 às 16h30
Mostra de projetos da FEBRACE 2023 aberta exclusivamente para autoridades, avaliadores e imprensa.
Dias 22 e 23 de março, das 8h30 às 16h30
Mostra de Projetos da FEBRACE 2023 aberta ao público e imprensa.
Local: Inova USP (Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 370, térreo, Cidade Universitária – São Paulo).
A entrada é franca. Para grupos com mais de 10 pessoas, é necessário agendamento prévio pelo link https://febrace.org.br/agendar/
Os projetos também estarão expostos na plataforma virtual da FEBRACE, e os interessados poderão acessar o vídeo e o pôster de cada projeto e votar no seu preferido. Os projetos mais votados ganharão o prêmio de votação popular. Acesse: https://virtual.febrace.org.br/
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Sobre a FEBRACE:
Promovida anualmente pela Escola Politécnica da USP e realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico- LSI-TEC, a FEBRACE é a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia em abrangência e visibilidade. Seu objetivo é estimular a cultura científica, a inovação e o empreendedorismo na educação básica e técnica, despertando novas vocações nessas áreas e induzindo práticas pedagógicas inovadoras nas escolas. Esta edição tem o patrocínio da Petrobras, Sebrae, Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, e apoio institucional do Governo Federal, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Atendimento à imprensa:
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Acadêmica Agência de Comunicação – Assessoria de Imprensa
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